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domingo, 30 de agosto de 2009

Tempo...



Ah, que dia!
Como eu queria que tivesse
Durado mil noites
E infinitas tardes de chuva,
Esquivando-se assim o tempo
De um pretérito mais que perfeito.
Todos os ponteiros cairiam
Deixando suspensos os pêndulos
Congelando aquele precioso tempo
Que teus braços me envolviam
Em tamanha fúria contra o tempo
E teus lábios calavam toda a espera...
Ainda consigo contar aquele momento
No pulsar descompassado do teu peito
Que insiste em tirar o compasso do meu
Toda vez que eu te lembro!

Rita Encinas

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Meus sentimentos em você



São teus os meus sentimentos
Aqueles... você bem sabe!
E bem sabe lidar com eles.
O medo, você coloca em um pára-quedas
Que quando se abre
Percebo que ele nunca existiu;
A tristeza, em um frasco de espuma
Que transforma-se em bolhas
Colorindo os meus dias;
A decepção, em um barquinho de papel
Que flutua em ondas de calmaria
Até encontrar o sentido da vida
A loucura, você deixa solta
Quanto maior, mais te parece pouca
A paixão, você deixa queimar
Deixando a chama da última vela
Para nos vigiar.
E o amor?
Ah, esse não conta!
Ele se faz sozinho
Por um caminho
Que só você encontra!

Rita Encinas

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Adoro voar...


Tantas coisas deixei de ouvir
Outras tantar de falar...
Deixei tudo por conta das reticências
Que eu pensei que falassem por si.
Melhor assim...
O imaginário fala mais.
Ah, e como é bom viajar!
Adoro voar e pousar
Nos mais íntimos de seus desejos,
Sinto sua aura sobre mim
Envolvendo-me suavemente
Como um manto de cetim
Em um abraço sem fim.
Lentamente a brisa torna-se canção,
Sopranos e tenores de gaivotas
Completam a melodia,
E dançando juntos, nesse espaço secreto
Esquecemos da noite e do dia.
Nesse momento ouço
Do brilho de seus olhos
O que eu mais queria!

Rita Encinas


terça-feira, 25 de agosto de 2009

E assim, se foi



E ele se foi, com todo o silêncio
Que o agredira profundamente,
Sem a resposta que queria,
Sem a peça do quebra-cabeça
Que findaria o pranto da dúvida.
Qual seria o enigma
Da última palavra da serpente?
Ele jamais saberá!
Ela usara de toda sua astúcia
Pra que assim fosse...
E nunca mais ouviu-se falar
Daquele que insistiu
Em subestimar a intuição
De quem um dia
Ele jurou amar!

Rita Encinas

Onde está o mar?


Conheço todos teus medos,
Segredo de um cofre mal fechado
Violado por minha insistente avidez
Desespera-te pensar em não mais me ver
Acelera o teu passo, que passo a limpo
Toda a vez que por mim passas
Finjo que não te vejo, disfarço
Deixo no caminho, uma trilha
Rastilho, e o fogo persegue
Tuas ruas, tuas esquinas
Segue teus pensamentos
E, como numa armadilha
Desemboca nos meus...
Tua boca na minha se perde,
Chamas alastram-se...
...E o mar está longe!

Rita Encinas

sexta-feira, 21 de agosto de 2009



O homem que difama

Uma mulher, seja ela quem for
Não é digno de ter
Nenhuma mulher em
Sua Vida, nem mesmo
A sua própria mãe!

Rita Encinas

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Tua Menina


Sinto-me como se eu fosse a menina
Que teus olhos insistem em querer pra si.
Envolve-me em tuas castanhas íris
Como um abraço quente.
A cada lágrima submerjo
E flutuo em um mar sereno,
Em um piscar de teus olhos
Converto-me em uma sereia
E num suave canto
Torno-me teu encanto
Levando-te à uma ilha alheia
E com a proteção de teus cílios
Adormeço por uma vida inteira

Rita Encinas

terça-feira, 18 de agosto de 2009

A Dor do Abandono



E foram todos embora
E deixaram aquela alma pura
No escuro de seus pensamentos.
Ninguém conseguia entender
Uma palavra sequer
Daquele que declamava
Puros sentimentos
Em suas noites de solidão.
Nem as andorinhas
Queriam acompanhá-lo
No acorde de suas angústias
Fecharam-lhe todas as cortinas,
Mas sobrou-lhe um lenço
Pra aparar suas lágrimas
Que despencavam como um rio
E, a cada lamento
Perguntava à sua conciência
Sua única fiel companheira
Qual teria sido o motivo
De tão doloroso abandono.
Ela não queria confessar-lhe
Por saber que causaria
Uma dor maior ainda,
Mas deu-se por vencida
E disse-lhe:
Seu maior erro foi ter a ilusão
Que ninguém jamais descobriria
A farsa que trazia por tras
De teus olhos ingênuos

Rita Encinas

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Em minha vida
Permito somente
a beleza da rosa

Sem deixar
que seus espinhos

Me agridam...
Deixei todos eles
no passado!


Rita Encinas

domingo, 16 de agosto de 2009

Ilusão, nada mais


Bendito desenlace
Provocado por palavras
E atitudes mal entendidas
Que por impulso, não contidas
Afloraram despercebidas

Bendita insegurança
Que te causou tremores
Em um momento
Que deveria ser
Somente de amores

Bendita a pressa
Do teu desespero
Que meu destempero
Me fez acordar
De um pesadelo

Bendita a inconclusão
De um ato insano
Que talvéz por impotência
Ou excesso de êxtase
Não me tornou mais impura

Bendita confusão
De teus atos
Que me fez de fato
Enxergar o que trazias
Dentro de si

Bendito ciúmes
Que quebrou o encanto
De uma paixão
Que compreendi aos prantos
Ser apenas uma ilusão
E nada mais

Rita Encinas

sábado, 15 de agosto de 2009

Não sou capaz



Não sou capaz de resistir
A todas as tentações,
De suprimir todos meus desejos
Matar todos meus anceios
Enclausurar-me para não pecar
Para impedir os tropeços
Para não sofrer as consequências
Dos meus atos impulsivos
Ser um anjo de candura
Ter a alma completamente pura
Ser criança eternamente
E crer totalmente na ternura.
Não, eu não sou capaz...
Porque prefiro me deixar
Cair em tentação
Do que não conhecer
O sabor da vida!

Rita Encinas

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O Tempo de um Amor



O tempo nunca é perdido,
Apenas é bem ou mal vivido
Quando um amor se vai
Tentando outro encontrar,
Procurando espaços preencher
Logo outro amor vem
E parece ser o primeiro.
E cada amor é vivido ao seu tempo
Sem hora pra começar
Muito menos pra acabar
E sempre parece eterno,
Pode-se chegar ao céu
Ou ao inferno
Dependendo do momento
Que o amor se faz
De ternura, aquece a alma
De loucura, perde a calma
Cada um a sua forma.
E o que importa a textura,
Densa ou relevante?
Ele sempre é mutante!

Rita Encinas

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Cada cor, uma emoção



Passagens secretas,
Labirintos de ilusões,
Emaranhado de fibras,
Discretas nuances,
Tons de cinza cobrem a tela
Formando teias, armadilhas
Seria pouca toda cautela
Mas o desconhecido
Atrai, alucina
Então insisto nessa trama
Minuciosamente sigo
Cada vestígio, cada linha.
Aos poucos vou encontrando
Uma cor que se encaixe
A cada emoção contida,
Sentimentos afloram.
E a tela lentamente
Vai se tornando colorida.
Muito complexo, nada fácil
Mas, com muita calma,
Consigo alcançar tua alma!

Rita Encinas

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Teu Silêncio



Minha paixão se faz urgente
Lágrimas jorram peito afora
Pulsa forte, quase sangra
Chora tua ausência, que demora!
Vendavais não tem a mesma força
Que meus pensamentos
Para trazer-te agora
Nuvens teimosas vão e vem
Encobrindo teu rosto
Que vejo refletido na lua
E nesse abrir e fechar de cortinas
Teus olhos pequenos, duas amêndoas
Marejam percebendo que em mim
Ficou tua metade esquecida
E abraçando a minha
Que levaste em tua partida
Silencias e, mal sabes
Que o teu silêncio
Abre mais a minha ferida!

Rita Encinas

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Dentro do Espelho



Há muito tempo
Talvéz por séculos
Olhos cruzavam-se
Perdiam-se um no outro
Como um espelho, refletiam-se
Saboreavam cada instante
Como se fosse o último
Seus toques eram suaves
Tal qual a brisa da manhã
Abraçando-lhes calmamente
Troca de flores e canções
Tornavam o cenário envolvente
A cada acorde, suspiros
A cada pétala, inspirações
Essências perdidas em uma paixão
Que tinha pressa de viver,
Precisaram parar o tempo
E começar denovo
Para compreender e sentir
O que é o amor finalmente!

Rita Encinas

sábado, 8 de agosto de 2009

Tua Prosa



Te encontro em
Tramas de letras entrelaçadas
Distraídas, camufladas
Entre linhas perplexas
De versos alucinantes
Envolventes e carentes
De rimas perfeitas
Que traduza cada sílaba
Em que sibilando recito
O enredo do meu poema
Que insiste em ser o tema
De tua prosa que acaricia
Meu verbo que te soletra

Rita Encinas

Aroma que Embriaga



Nada é tão preciso
Quanto o golpe do teu olhar
Que agride e estilhaça
De forma sutil, ameaça
Quebrar o vaso cristalino
Em que deixaste tua rosa
Que por muito tempo
Adornou um canto escondido
De uma de minhas faces
Que te pareceu a mais formosa
Que te provocou cobiça
Por ser a mais sinuosa
Cheia de ondas calorosas
Em que em alto mar de desejos
Encontraste teus mais secretos anseios
Esse olhar, que agride e ameaça
Chega até mim em forma de encanto
No momento em que toda tua palavra
Cala, simplesmente exala
O aroma que embriaga
Todos os meus sentidos

Rita Encinas

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Ainda é Cedo

Tempo marcado
Com ponteiros incertos
Minutos contados
Segundos marcantes
Areia colorida escoa
Cada grão, uma vertigem
Cronômetro dispara
E nada se compara
Àquele momento
Em que o ocaso
Chegou junto com a lua
E nos disse:
"Ainda é cedo"!

Rita Encinas



quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Ciladas


Reencontro inevitável,
Me distraio e tropeço
E caio em teus braços
Quando menos espero,
Finjo que não te vejo
E querendo, disfarço
E me esbarro
Em teus pensamentos,
Sou forte e frágil
Ao mesmo tempo
Procuro outro caminho
Outra trilha qualquer
Até brinco de bem-me-quer,
Mal-me-quer
Mas trapaceio
Em sempre querer
E, pulo todas as pétalas
Simulo uma cilada
Uma trama entrelaçada
Em que desatas facilmente
Para que eu seja abraçada!

Rita Encinas

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Inventando Fases




Pinto meus lábios
Com um sorriso
Pra espantar a sua dor
Que também é minha.
Ainda é cedo,
Não te encontro
Então me faço noite
E pego a primeira estrela
Invento outras fases para a lua,
Novalheia, solta ao vento
Procuro tua voz nesse momento
Ou cheiacor que traga pra mim
O teu sabor, o teu calor
Nessa noite fria, um alento
Minguantemente te vejo ao longe
E percebo que estavas
Também à minha procura,
Que loucura!
Como crescenlouquece
Meu amor por ti!

Rita Encinas

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Direitos Reservados



Eu me reservei o direito
De ir e vir,
De aceitar apenas o que me servir
De chorar e de sorrir
Quando tiver vontade
De calar e ouvir
Quando sinto a necessidade
De falar e exprimir
Tudo que pra mim é verdade
De gritar e me fazer ouvir
À quem eu julgue
Merecer minha amizade
De ignorar e desprezar
O que pra mim é maldade
De abolir de minha vida
Toda a forma de infelicidade
Sim, eu tenho esse direito.
À mim foi concedido
O livre arbítrio
E isso... Ninguém me tira!

Rita Encinas

À uma Grande Amiga



Um dia, de longe eu vi
uma linda menina...
Seu nome era Ci
Eu a trouxe pra perto e disse:
Você não sai mais daqui!
Ela abriu-se em um sorriso
Que mais lindo nunca vi!
Sapeca, atrevida, danada
Faz de uma dor, uma piada
Se faz de carente,
Mas é mimada, safada!
Parece brigar com a vida,
Mas acha ela engraçada
o dia fica mais lindo
Quando a vejo e,
Com apenas um gracejo
Me mato de rir!

Rita Encinas

domingo, 2 de agosto de 2009

Boneca de Porcelana


Por tras de uma boneca de porcelana
Existe uma mulher feito rocha
Que não se demancha com palavras de amor
Porque bem sabe que
Palavras são apenas palavras
Aos atos, ela aprendeu a dar mais valor
Quem consegue perceber sua alma
Não se atreve em agredi-la com palavras
e perde seu tempo em tentar quebrá-la
Com gestos manifestos de uma alma insana
Que insiste em dizer que a ama
Mas que na verdade
O que se quer dessa mulher
São apenas prazeres que ela
Não está disposta a corresponder
Pois ela bem sabe
Que esse amor na realidade,
Não passa de uma vaidade
De um homem que não conheceu
Essa mulher de verdade.
Em seu coração até tentou entrar
E ela quase se permitiu a deixar
Mas a máscara desse homem caiu
E quando isso aconteceu,
Que bom... Ela desistiu,
Seu caminho seguiu.
Continuou a sorrir,
Por ver esse amor falso partir.
A poesia a fez companhia,
De porcelana voltou a ser
Num simples toque de magia

Rita Encinas