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quarta-feira, 21 de julho de 2010

Eterno



Se juras amor eterno,
É por ser da eternidade amante,
Coisas dessa vida não te atraem.
E desse mundo já te faz distante.

Em órbita vives a brincar com estrelas,
Que uma para outras, displiscente,
Acenam com suas poeiras de diamantes,
Envolvendo os astros numa dança comovente.

Cometas riscam e rabiscam teu céu,
Traçando versos, rimas e acordes,
Que deslizam poemas e melodias
Em um barquinho azul calmo de papél.

Nesse mundo de brilho e cores
Onde vives sonhando realidades,
És feliz em dias claros, que não contam tempo,
Por ser tão fiel a eternidade!

Rita Encinas

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Tocando em frente com Almir







Sim…. eu já tive pressa.
Com o frescor da juventude
Corri atrás das flores mais raras…
Sim… chorei demais,
Pois o seu perfume inebriante
Fez-me conhecer a paixão,
Que revirou todos meus sentidos,
Fez-me estremecer, perder a razão…
Mas foi breve, muito breve.
Sim… muito pouco sabia,
Pois não compreendia
Porque a paixão tanto doía,
Coração partido em mil pedaços
E arremessados contra ao vento,
Com a certeza de que não mais voltaria.
Ah… quanta pressa.
Sim… hoje ando devagar,
Pois quero provar o sabor
Das frutas mais ácidas
E sentir todo o prazer que elas oferecem,
E lentamente sorver toda sua essência,
O segredo está na paciência,
O melhor momento sempre vem.
Alcanço a plenitude em ser capaz
De compor minha propria história,
E carrego em mim o dom de ser feliz!
“E preciso amor para poder pulsar”
A maturidade me trouxe essa certeza
“É preciso paz para poder seguir”
Hoje sei tirar as pedras do caminho
“É preciso a chuva para poder florir”
As tempestades sempre se vão,
E o perfume das flores
Permanecem no íntimo para sempre!


Rita Encinas


Imprevisível




Chuva de outono
Carrega consigo
A secura da vontade de um beijo
O deserto da solidão, um ensejo
De rolar na areia até o mar
Despertar para a vida, viajar.
Trovejar, deixar-se levar,
Brindar com o sol e a Lua a namorar
E entre um desencontro e outro,
Minguar, crescer, encher e renovar,
E, num dia de inverno atípico,
Com seu calor, deixar secar
Todo o pranto, esperando
O imprevisível.

Rita Encinas