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domingo, 25 de outubro de 2009

Aparências





Nem tudo transparece
O que parece pouco, transborda
O que parece muito não basta.
Muitos sorrisos não te alegram
Mas poucas lágrimas te comovem
Muita saudade não te faz ouvir
Bastaria apenas um grito.
Trocaria mil poemas
Por um único verso
Calado por um beijo.
Sentir muito de nada vale
Já é tarde, o tempo não volta.
As lembranças flutuam no espaço,
Muita peças de um quebra-cabeça
Seriam preciso para devolver
Muitos pedaços de mim
Que ficaram naquele abraço.
E por te amar com tão pouca lucidez
Que esperarei por ti em sonho
Para sorrir e chorar tudo outra vez!

Rita Encinas

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Vermelho



Sou vermelho
Como o sangue que pulsa
Trazendo emoções à vida
Como a roupa da criança
Que chega ao mundo
Como o mar que se abriu
Em um momento de glória
Como o fruto proibido
Que incita ao pecado
Como o ocaso, que precede a noite
Trazendo consigo desejos
Como a rosa que fere
Com seus espinhos ingênuos
Como os lábios da amante
Que clama por beijos ardentes
Que provoca com seu vestido,
E com suas unhas rasgam
O cetim, cúmplice de seus segredos!
Vermelho…

Rita Encinas

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Eternos momentos




Há momentos que se eternizam...
Troca de olhares
Sem pressa
Decifrando cada instante
Toques que falam por si
Descobrindo cada uma
Das fases ainda não conhecidas
Sons, silêncios e tremores
Percebidos somente por dois
Que fazem desse momento
Um estado de espírito
Um lugar nunca antes habitado
Vozes entrelaçadas
Em suspiros trocados
Nesse instante há só
Um doce intruso
Que junta-se aos dois
Como se fizesse parte deles
Um puro e límpido
Som que se faz melodia
Ao acariciar a janela...
Água da chuva!

Rita Encinas

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Enfim, o encontro




O tempo, ah o tempo!
Me lembro bem
Eu ainda era menina
E já sonhava contigo.
Sabia de cor tuas melodias
Entendia perfeitamente cada gesto
Conhecia cada linha de teu rosto
Tua voz suave que embalava meu sono
Era a mesma, só que grave
Quando pedía minha atenção
Dizendo: Por aí não!
Às vezes eu fingia não entender
Porque o perigo sempre me atraíu
E sempre quis conhecê-lo
E tu, sabendo disso,
Também fingias não ver,
Achavas graça em cada erro meu
E deliravas em me ver amadurecer
Em cada deslize sentia-me mais perto
Eu sabia que precisava disso tudo
Superar amargas experiências
Chorar primero, para depoís sorrir
Trilhar por caminhos tortuosos
Experimentar a dor e conhecer seu sabor
Pois só assim, ao encontrarmos enfim
Teríamos a certeza
De que fomos feitos um para o outro!

Rita Encinas

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Encanto das flores


Hoje quero ser somente
o encanto das flores
que enfeitam
os cabelos da menina,
Sem pensar
que o amanhã
chegará.

Rita Encinas

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Poesia em outra dimensão




Encontro-me em outra dimensão
Onde amar e ser amada
Não é fantasia, e sim magia,
Simplesmente acontece
Toda vez que amanhece,
A brisa tras o perfume das rosas
Em forma de versos,
O sol e a lua
Ficam a toda prosa,
Cada onda do mar
Chega até a areia
Deslizando lindos poemas
A tempestade de rimas
É anunciada por sonoras trovas
A chuva cai em forma de letras...
Surgem palavras como zumbidos
Que só podem ser decifradas
Se sussurradas ao pé do ouvido

Rita Encinas

Aquavalo



Ah, quem dera eu ser
Uma pantera
Com olhos de lince
E a astúcia de uma serpente!
Sou apenas uma aquariana
Intuitiva e sagaz
Com a impulsividade
De um cavalo
E que acredita
No sexto sentido!

Rita Encinas